quinta-feira, abril 3

Post-it city

Intervenções urbanas, novas e velhas formas de ocupar o espaço. Cenários superpostos e provisórios. Pequenas colagens visuais no panorama das cidades. Esse é o foco de uma exposição que mostra materiais coletados dentro do projeto Post-it City - Ciudades ocasionales, do Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB).

O anúncio da exposição na newsletter do CCCB me chamou a atenção para o projeto e me levou a mergulhar no material do grupo. Pelo que descobri, a iniciativa reuniu colaborações de diferentes partes do mundo e mostra atividades temporais que nos fazem pensar sobre o modo como ocupamos o espaço urbano. Do vendedor de côco, passando pela gabine móvel de telefone, pelos vendedores ambulantes em Barcelona até uma academia de boxe que funciona embaixo de um viaduto em São Paulo: tudo é objeto do olhar desse grupo de pesquisadores.

Me apaixonei pelo projeto! Fez pensar sobre a cidade, as cidades. Especialmente Barcelona e seu universo de migrantes, objeto da minha pesquisa. Mas também Porto Alegre e mesmo Santa Maria, com sua eterna discussão sobre ambulantes, vans de cachorro-quente, travestis da Presidente...



Ah, e como impressiona ver os midiáticos “subsaharianos” (como se isso fosse designação pra gente) vendendo as cópias muito bem acabadas de Chanel, Prada e cia na frente das lojas das ditas marcas ao cair da tarde em Passeig de Gràcia. Tem até um nome pra eles, como era mesmo? Perigo à vista, é só puxar a cordinha e sair correndo.


Abaixo, os massagistas ganham as areias de Barceloneta. A maioria são mulheres filipinas com suas vozinhas finas a anunciar: "massatge".




Post-it City - ciudades ocasionales: Los fenómenos Post-it City ponen de relieve la realidad del territorio urbano como el lugar donde, de forma legítima, se solapan distintos usos y situaciones, en oposición a las crecientes presiones para homogeneizar el espacio público. Frente a los ideales de la ciudad como lugar de consenso y de consumo, las ocupaciones temporales del espacio rescatan el valor de uso, desvelan distintas necesidades y carencias que afectan a determinados colectivos, e incluso potencian la creatividad y el imaginario subjetivo.

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